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        Todas as experiências cinematográficas que fiz parte pude perceber a preocupação da equipe de produção em fazermos um cinema que se assemelhe ao máximo do cinema comercial. Não na sua concepção artística, mas no processo. A equipe buscava semelhanças nesse meio de produção, que é engessado criativamente, e copiava seu fazer cinematográfico de outros meios de produção que tiveram início no século passado.

     Mesmo com uma equipe de cinco ou seis pessoas, os cargos hierárquicos eram rigorosamente obedecidos, assim como numa produção cinematográfica com orçamento mais generoso. 
Desde o início do processo de desenvolvimento do filme "Mal amados" percebo nitidamente que estamos fazendo cinema de maneira diferente desse processo, sim. Estamos fugindo dele, e essa experimentação acarreta dúvidas e erros. Erros do ponto de vista do cinema tradicional. 
    Independentemente do resultado, o nosso caminhar está sendo diferente. Quando digo que a nossa obrigação é sair do senso comum e sair dos moldes normais e hierárquicos de uma produtora e propormos um jogo cinematográfico, também abro caminho para que o roteiro seja modificado durante todas as suas etapas. Inclusive durante a sua edição. Só isso, já faz uma grande diferença. Quase um abismo!

 

Fabrício Porto 

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